quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

1, 2, 3, 4...

... e um número de acordes menor ainda! Jeffrey Hyman, Johnny Cummings, Douglas Colvin e Thomas Erdelyi - ou melhor, Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy Ramone eram de Forest Hills, no Queens, NY. Saíram às ruas para tocar "The Ramones" em 1976. Catorze tijoladas em 29 minutos e 14 segundos. No livro do André Barcinski,
"Barulho, Uma Viagem pelo Underground Americano" (agora, só em sebos; dê um google.); Jeffrey, digo, Joey Ramone recorda o espanto do público: "A gente chegava no CBGB e tocava 15 músicas em 15 minutos, era realmente um choque".
Em outro trecho da entrevista ao Barcinski, Joey reclama de LPs com "uma música só de cada lado, com monte de solos de guitarra e teclados insuportáveis". E detona: "Nós reembalamos o rock, jogamos o lixo fora e começamos tudo de novo do zero. Botamos só o que interessava: diversão, suor, emoção, energia. Nós fizemos o rock´n´roll grande novamente". Palavras de Joey a André Barcinski.
E que grande rock´n´roll os Ramones fizeram, já a partir do primeiro disco (dá pra ouvir no site All Music Guide (clique aqui).
Que diversão, o hino punk "Blitzkrieg Bop", a do convidativo refrão "Hey, ho, let´s go!".
Que energia, no minuto e meio de "Judy is a Punk".
Que emoção a baladinha "I Wanna Be Your Boyfriend".
Que suor, "I Don´t Wanna Go Down to the Basement", a mais "longa", 2 minutos e 35 segundos de rock n roll.
Que riff o de Havanna Affair, que muito depois os Red Hot Chili Peppers tocariam ao vivo, no show Live at Slaine Castle (em DVD)!
"I Don´t Wanna Walk Around With You" foi uma das 2 primeiras canções escritas pelos Ramones, logo no primeiro ensaio. Sobre "Now I Wanna Sniff Some Glue", Jonnhy Ramone diz ao jornalista Timothy White, em "Rock Lives", livraço cheio de perfis/entrevistas de músicos pop: cheirar cola foi sua primeira experiência com drogas.
Eu sempre gostei muito de heróis da guitarra (ainda ouço muito, como dá pra perceber no blog), mas devo dizer que cada vez mais gosto de Ramones e suas canções ugentes - se dá para se comunicar/emocionar tantos fãs em pouco mais de três acordes, ótimo, parabéns. No meio da sonzeira de guitarra, baixo e bateria, tem muita melodia - e refrões sensacionais. Uma simplicidade que arrebata uma década após o fim da banda -e vai continuar arrebatando.

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